quinta-feira, outubro 08, 2009

"FADO PATRIMÓNIO DA HUMANIDADE"

Portugal vai apresentar a candidatura do Fado a Património Imaterial da Humanidade, no início de 2010, conforme foi anunciado pelo embaixador de Portugal na UNESCO, DR. Manuel Maria Carrilho

Hoje, dia 6 de Outubro, dez anos passados sobre a morte de Amália , esta sería porventura a melhor notícia que tería gostado de receber.

Ninguém sabe ao certo donde veio, há quem afirme que “foi trazido do Brasil por marinheiros com influências do lundum brasileiro. No Rio de Janeiro era apelidado de fado batido.
Uma outra explicação popular para a origem do fado de Lisboa remete para os cânticos dos Mouros, que permaneceram no bairro da Mouraria, na cidade de Lisboa, após a reconquista Cristã. A dolência e a melancolia, tão comuns no Fado, teriam sido herdadas daqueles cantos, afirmam.

Podemos afirmar contudo que é português. A sua origem mais próxima situa-o nos bairros de Alfama, Mouraria, Madragoa ou Bairro Alto. Por ser boémio o fado foi condenável aos olhos da sociedade. Porém, com a penetração da fidalguia, participando neste mundo noctívago dos bairros do castelo, com a presença constante dos cavalheiros e mesmo fidalgos titulares, o fado chegou aos salões.

Começou por ser fado-cantado e apenas acompanhado à viola, triste e fatalista . Mais tarde, acrescentaram-lhe a guitarra e ao conteúdo popular acrescentaram-lhe o poético e passou a ser também alegre, satírico ou humorista.

Existem fados simples, que exploram quadros simples, o fado corrido, associado ao poder de improviso e fantasia do cantor, cantando este à desgarrada ou ao desafio, e ainda o fado-canção, fado-marcha, fado nocturno, fado-balada, fado-serenata, fado Hilário e fado de Coimbra.

Encantou e chorou ao longo de muitas gerações. Foi fatalista, triste, revelador de desenganos, saudade e má- fortuna.

E se Severa lhe deu o berço Amália foi e é a sua maior expressão.

E foi precisamente com Amália que se operou a fusão entre o fado e a canção ligeira, dando assim lugar a um fado mais alegre e mais elaborado nos seus conteúdos.

Hoje, o fado tem novas sonororidades, não esquecendo a sua essência básica e a sua identidade nacional. Os novos intérpretes procuram renovar e porventura poderão contribuir para um enriquecimento do fado.

O fado é a alma portuguesa e de tal forma a transmite que ouvintes de outras nacionalidades e línguas conseguem sentir o sentimento intrinseco às palavras mesmo não as conhecendo.

Quer seja ou não património da humanidade, conforme se preconiza e por certo todos desejamos, ele é desde sempre o património de todos os portugueses e faz parte de cada um de nós.

Dina Lapa de Campos
6 de Outubro de 2009




O FADO É PORTUGAL


O fado é sentimento dum amor...
Que exprime uma saudade mais sentida
O fado é sensação de cruel dor
O fado é o destino duma vida


REFRÃO

O fado é português, navegador
A voz de Portugal que foi ouvida
Ultrapassou também o Bojador...
Aqui e além do mar, onda vencida

O fado continua mais soberano

O fado é um rio, um oceano

Como fonte a jorrar em seu caudal
O fado é coração de Portugal!

O fado é a força que há em nós

É lagrima ou sorriso contrafeito

É um grito da alma, a força da nossa voz

É caravela a singrar dentro do peito!

REFRÃO

O fado é português, navegador
A voz de Portugal que foi ouvida
Ultrapassou também o Bojador...
Aqui e além do mar, onda vencida

O fado continua mais soberano

O fado é um rio, um oceano

Como fonte a jorrar em seu caudal
O fado é coração de Portugal!

O fado é expressão de nostalgia,

Quando a guitarra toca mais plangente

Na força do poema, da poesia

Que vibra na alma docemente!

Maria José Fraqueza

(Está canção foi vencedora no Festival da Canção do Sul -2004
Interpretada por Sara Gonçalves )

Com musica de Domingos Caetano e Letra de Maria José Fraqueza