segunda-feira, dezembro 06, 2010

Artigo de Opinião de J. Jorge Peralta

GESTO MAGNÂNIMO DO BRASIL?

CONSOLIDANDO A FRATERNIDADE LUSÓFONA MUNDIAL


J. Jorge Peralta


I - BRASIL MUITO MAIS QUE UMA POTÊNCIA ECONÔMICA

1. Neste dia de 1º de Dezembro, movido pelo espírito do Dia da Restauração, resolvi retomar e alargar algumas ideias que propus no texto “Aliança Brasil-Portugal”, levando em conta alguns comentários com que me honraram os leitores, em especial o senhor Salles Fonseca e o senhor Guedes Campos. Retomo ainda alguns conceitos do texto “Restaurar Portugal”, comemorando 350 Anos da Restauração, que merecia maior celebração de seu país.

Mantenho-me na expectativa de que o governo brasileiro fará o gesto magnânimo que lhe dará maior força, no concerto das nações, e que será, essencialmente, um gesto concernente à Geopolítica Mundial.



2. O Brasil é visto hoje, como sendo muito mais do que uma grande potência econômica emergente.

O Brasil é, sem sombra de dúvida, uma grande potência, com possibilidades reais, no contexto das Nações. O Brasil, apesar de suas mazelas patentes, que ocorrem em muitos outros países, é o grande baluarte da Lusofonia e um dos pilares do desenvolvimento mundial.

A corrupção, o desperdício deixam o país vulnerável, em alguns setores. São dores do crescimento e do amadurecimento. O Brasil surge no cenário mundial, como uma grande esperança de novos tempos. Por seu território, rico e belo; pela índole criativa, comunicativa e cordial de seu povo; por suas empresas ousadas, pujantes e versáteis; por seu espírito solidário, e muito mais... O Brasil terá, naturalmente, um papel preponderante no concerto das nações.

O texto, “Aliança Brasil-Portugal”, foi preparado como um desafio do que poderia ser feito, pelo Brasil, sem qualquer abalo interno. Aí se propõe: que o Brasil compre a dívida externa de Portugal, como um rentável investimento.

3. Bem sabemos que o Brasil precisa saber superar os vícios da grande desigualdade social que o afligem; que tal desigualdade é produto de uma governança e de uma gastança, às vezes difícil de controlar, num país continental; é produto também de uma educação, ainda parcialmente debilitada.

À parte isto, o Brasil, para quem sabe ler a cultura, tem grandes lições a ensinar ao nosso mundo, a partir de seu povo que é muito especial e sabe viver e ousar. O Brasil é o povo mais solidário, simpático e hospitaleiro do planeta. É assim que o mundo o admira...

Proponho que se pense num novo paradigma de relações entre os países lusófonos: que se fortaleça a solidariedade e a fraternidade Lusófona Mundial, para o desenvolvimento de todos. A Lusofonia estende-se muito além dos oito países de Língua Portuguesa. Está presente por todo o globo.

A Lusofonia é, a meu ver, é o caminho de nosso futuro comum.

Povos desorganizados são povos, potencialmente, tutelados e debilitados. Num mundo multipolar, a união de povos irmãos a todos fortalece. Juntos somos muito mais do que nós.

O novo paradigma supõe a consolidação de princípios éticos e valores culturais comuns que impulsionem um desenvolvimento sustentável, respeitando a índole de cada povo e ajudando a superar certos vícios que os debilitam.

No texto referido, mirei a economia para acertar na cultura, na lusofonia e no desenvolvimento de nossa gente lusófona.

4. Bem sei que o que proponho, no texto citado, é plenamente possível. É questão de vontade e de momento política.

A dívida externa de Portugal corresponde a uma mínima parcela do PIB do Brasil. Afinal, mais de 40% do dinheiro que se produz no país é captado pelo governo, através de impostos. E este é um país continental.

O Brasil teria muito a ganhar, no cenário internacional, com um gesto magnânimo e político deste quilate, em relação a Portugal. É a minha opinião e de muita gente. Um gesto que muito honraria o espírito da fraternidade lusófona internacional do Brasil, no mundo globalizado, onde o país mantém uma liderança natural.

(...)

IV - CELEBRAR A VIDA

9. Caros amigos, não tenho nenhuma lição a oferecer ao meu país, a não ser o exercício soberano de pensar e propor. Discretamente somo a minha voz, à voz de muitos outros que querem ver a dignidade e a honra restaurada no seu país, com ética e desenvolvimento sustentável, que beneficie toda a nação, sem discriminação.

Mantenho-me na expectativa de ver um dia, em breve, todos os países lusófonos celebrando a vida e o desenvolvimento de seu povo, com mais bem-estar para todos.

Os povos lusófonos, na África, dilacerados por guerras fratricidas, são efetivamente, na sua maioria gente muito bonita, encantadora, simpática e cordial. Falta-lhes um ponto de apoio para mostrarem seu potencial imenso. Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné Bissau e São Tomé e Príncipe merecem todo o apoio, mais do que as empresas que lá se instalam, só com intuitos exploratórios... Suas fraquezas não circunstanciais e não estruturais. É imenso o seu potencial.

O desenvolvimento dos povos lusófonos mantém um olhar de esperança voltado para o Brasil, como um grande irmão que pode ajudar a fortalecer e a consolidar a grande Fraternidade Lusófona Mundial, como a terceira maior potência populacional e linguística do Ocidente. O Brasil é o irmão que se destacou, saindo na frente, chamando os outros.

A Internet é uma trincheira de luta por um mundo melhor de que não podemos abrir mão.

Todos precisamos saber lutar pelos valores humanos e sociais em que acreditamos com lucidez.



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