sábado, novembro 25, 2006

"Da minha língua vê-se o mar" por Bruno Glória

“Da minha língua vê-se o mar”

Digo com muito orgulho: sou português. Sou português, mas dos verdadeiros. Um português verdadeiro é como um bom amigo: está presente não só nos bons momentos, mas também nos maus. Quando o nome de Portugal é enaltecido, quero que todos saibam que sou português, mas nos piores momentos não escondo que sou português. Sou daqueles que amam o seu país e tudo o que dele faz parte e penso que todos os portugueses deveriam ser assim.

Há os que falam mal do país que os viu nascer, este maravilhoso Portugal. Falam mal porque não sabem a sorte que têm, pois ser português é a maior dádiva que nos podem oferecer.

Apesar de pequeno em tamanho, Portugal compensa essa pequenez em grandes feitos.

Afinal de contas nós é que fomos os primeiros a domar o mar revolto e a dar novos mundos ao Mundo.

Fomos nós que, enfrentando perigos nunca antes enfrentados, alargámos a noção de Terra que se tinha na altura.

Muitos perderam a vida, muitas lágrimas foram derramadas. Mas outros tantos persistiram e levaram o nome de Portugal mais além. Mais uma vez lágrimas foram derramadas, mas estas foram de alegria.

E os novos mundos descobertos pelos portugueses receberam a maior riqueza de Portugal: a Língua Portuguesa.

A Língua Portuguesa, uma das línguas mais faladas do mundo. Podemos encontrá-la em todos os continentes: há o Brasil nas Américas, há Angola, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Cabo Verde em África; Macau e Ásia; Timor-Leste na Oceânia.

E em todos estes países se presta diariamente um tributo à Língua Portuguesa. De que forma? Falando-a e ensinando-a nas escolas. Não há maior tributo que ensinar uma língua tão rica como a nossa, uma língua de heróis e de marinheiros corajosos que não hesitaram lançar-se ao mar quando lhes foi pedido que descobrissem novas terras.

Do meu ponto de vista, para um português, ver a sua língua materna a ser ensinada noutras partes do mundo é como um pai ver o seu filho crescer e tornar-se num homem.

Da minha língua vê-se o mar, é verdade, pois foram os portugueses que se aventuraram pelo mar com um objectivo só ao alcance de seres quase divinos, mas conseguiram realizá-lo.

Mas pode-se ainda dizer que a minha língua tornou o mar dócil e aproximou e continua a aproximar lugares tão longínquos, cujo único ponto em comum é o facto de ambos utilizarem a mesma língua para comunicar: a inigualável Língua Portuguesa.

Bruno José Braz da Glória

PRÉMIO III Escalão do Concurso Literário Elos Clube de Faro - Jovens Autores 2006