sexta-feira, setembro 16, 2005

UM CANTO PARA O GÊNIO DA POESIA ÉPICA POR MARIA ARAÚJO BARROS DE SÁ E SILVA

UM CANTO PARA O GÊNIO DA POESIA ÉPICA

Ó Camões! Ó Gênio do poema épico!
Você cantou o peito lusitano,
Cantou a vida, o belo, a morte e o tétrico,
Mandou calar, de Alexandro e Trajano
A fama das vitórias do procélico,
Vencidas com esforço sobre humano.
Você, poeta, nasceu em Santarém?
Alguém disse que foi no Alenquer,
Talvez Coimbra ou em Lisboa também...
Esta resposta muita gente quer.
Ninguém sabe! A certeza que se tem:
Era um fidalgo, não era um qualquer.
E cantando ordenou por toda parte:
"Cesse tudo o que a musa antiga canta"
E exclamando com talento engenho e arte:
"Que outro valor mais alto se alevanta"
Para o mundo surgiu feito estandarte:
OS LUSÍADAS, poesia que encanta.
Pois eu cantarei sua vida em versos,
Exaltando assim as suas bravuras,
As suas paixões, amores diversos,
Por lindas musas cheias de ternuras,
Preso e desterrado a sofrer perversos
Danos horrorosos, várias torturas.
"Por mares nunca dantes navegados"
Rompeu fronteiras, venceu quimeras,
Na Índia e Macau, trabalhos forçados,
Partiu para Goa a nadar, deveras,
Depois do naufrágio, poemas molhados,
Salvos por milagre, para outras eras.
A vida errante foi-lhe muito dura,
Perdeu um olho, custou-lhe uma vista,
Grandes debates, com muitas agruras,
Esperando sempre a melhor conquista,
Nunca descuidou da literatura,
Visão poética, porém realista.
Retornou pobre à sua terra amada,
De bons amigos recebeu favores,
Já tendo a lira bem destemperada,
Não mais cantou para seus amores,
Sua poesia sempre decantada,
Como jóia rara e de mil primores.
Portanto, Camões, receba o meu canto,
Canto de louvor pra quem tanto amou,
Não é elegia, é um acalanto,
Na forma simples de quem versejou.
Neste momento, meu brinde eu levanto,
Ao Poeta que o mundo o imortalizou!

MARIA ARAÚJO.
Presidente do Elos Internacional.