terça-feira, fevereiro 15, 2011

CAMÕES, NA BIBLIOTECA MUNICIPAL DE SÃO PAULO “MÁRIO DE ANDRADE” - Artigo de J. Jorge Peralta

Camões, o maior épico da Língua Portuguesa e o maior artista do Renascimento Ocidental, no século XVI, marca presença no jardim de entrada da Biblioteca Municipal de São Paulo “Mário de Andrade”.

Na frente da Biblioteca, ao lado da entrada principal, Camões dá as boas vindas a quem chega.

Camões é a maior personagem símbolo da Lusofonia Mundial, ao lado de Antônio Vieira, o Magno, e de Fernando Pessoa.

Camões, Vieira e Pessoa são o trio de ouro da Cultura Lusófona.

Camões, em sua bela estátua, à frente da Grande Biblioteca, com grande destaque, está aqui há muitos anos. Lembra a todos a força da Lusofonia Internacional.

Lembra-nos que nossa pátria comum “é a Língua Portuguesa”, como disse Fernando Pessoa.

Nossa Língua comum é o veículo de comunicação e de reflexão de 260 milhões de falantes; é a terceira língua mais falada do Ocidente e a quinta mais falada do Mundo. Um imenso patrimônio. Língua é poder.

Aqui, Camões está altivo e seguro, como está em centenas de estátuas, pelo Brasil afora, e em milhares, por todos os mais significativos espaços lusófonos, pelo mundo, muito além dos oito (8) países de Língua Oficial Portuguesa.

Tratando-se de um espaço nobre de difusão da Língua Portuguesa e da Cultura Universal, para glorificar o momento pense na força do poema do poeta renascentista (século XVI), Antônio Ferreira:

Floresça, fale, cante, ouça-se e viva

A portuguesa língua, e já, onde for,

Senhora vá de si, soberba, e altiva.”

(António Ferreira – Poemas Lusitanos Leia mais: Um poema : Vieira e Camões


VIEIRA E CAMÕES

OS AVALISTAS DA LUSOFONIA.


J. Jorge Peralta

Diz-nos Pessoa que nossa pátria é a Língua Portuguesa

Uma pátria de muitos países, povos e nações

Uma pátria lusofônica, multiétnica, multinacional e multicultural

nos quatro cantos do mundo sediado.

Esta é uma realidade fantástica

que a todos engrandece e espanta,

nosso coração aquece e nossa força rejuvenesce.


Camões e Vieira são símbolos vitais

de nossa cultura e de nossos ideais.

Ao lado de Pessoa, Eça, Antero e Drummond,

Rosa, Gonçalves Dias, Castro Alves e Rui Barbosa,

estamos ladeado por uma plêiade imensa de imortais

das ciências, das letras e das artes,de todo o espaço lusófono procedentes.


São símbolos vitais da nação lusofalante:

e a Torre de Belém e o Mosteiro da Batalha,

A Catedral de Brasília e o Cristo Redentor

E mais uma lista que não se acaba,

na Europa, na Ásia, nas Américas, na África,

no Oriente e no Ocidente.

Onde quer que haja uma comunidade Lusofalante.


São relicários de nossa auto-estima

E do orgulho nacional, lingüístico e cultural.

São obras monumentais, para honra e glória de nossa gente.

São fortes agentes da unidade e da solidariedade nacional,

e de toda a lusofonia.


Camões e Vieira são os avalistas da lusofonia,

desta comunidade imensa de pessoas de muitas etnias.

É uma “pátria” irmanada num idioma culto e belo,

a Língua Portuguesa, nosso veículo de comunicação,

de pensamento, de sentimentos e de ação.

É nossa pátria, nosso chão.


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segunda-feira, fevereiro 14, 2011

Artigo de Opinião de Eduardo Neves Moreira

AS ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS E A TRISTE ABSTENÇÃO DOS EMIGRANTES PORTUGUESES


Ainda se analisam os resultados das últimas eleições presidenciais realizadas em Portugal e se observa que, entre os eleitores, os emigrantes portugueses apresentaram um elevadíssimo índice de abstenção (95%), mas que, para quem acompanha a política estatal desenvolvida para a emigração, não é de admirar.

Deparamo-nos com sucessivos governos, que nunca deram o devido valor e o estímulo necessário ao voto e à participação cívica do emigrante português. Graças ao esforço e a dedicação de uns poucos e ao constante reclamo de outros tantos, algumas iniciativas parlamentares e escassas medidas governamentais procuraram minimizar tais deficiências,
produzindo atos que outorgaram aos cidadãos portugueses radicados no estrangeiro o direito a uma participação mais ativa nos destinos da nação. Atualmente os emigrantes elegem 4 deputados para a Assembléia da República, num quantitativo de 230, o que, convenhamos, é
muito pouco, apesar de possuírem alguma e importante representatividade diante dos 4.500.000 cidadãos portugueses residentes no estrangeiro. Criou-se o Conselho das Comunidades Portuguesas, órgão representativo, consultivo e reivindicativo dos interesses
da emigração, mas que vive uma situação de marasmo, pela constante perseguição política, seja das autoridades governamentais, seja de algumas lideranças políticas que se sentem ameaçadas pela sua atuação. Tal situação acaba por produzir um vazio no seio dos próprios conselheiros e daqueles que os elegeram, fazendo-se urgente uma alteração legislativa que faça com que o Conselho das Comunidades Portuguesas passe a ser tutelado pela Assembléia da República e não mais pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros, dando-lhe maior independência e
representatividade.

Mas, voltando-se ao recente processo eleitoral, entendo que a abstenção verificada não pode nem deve ser classificada pelo governo como sendo “infelizmente, uma tradição”, quando, se observa que houve uma ausência total de divulgação da eleição nos países de acolhimento, de informação quanto aos locais onde o voto poderia ser exercitado, da disseminação dos pontos de votação e da falta de uma campanha prévia de recenseamento, fatos que só poderiam levar aos resultados que foram observados.

Tivemos a sorte de vermos reeleito o Prof. Aníbal Cavaco Silva, que é um dos poucos homens públicos que sempre nos tem demonstrado uma sensibilidade toda especial para a causa emigrante, tendo durante todo o seu mandato presidencial dedicado uma atenção viva a todos os temas de interesse da emigração, dando provas dessa dedicação e interesse através das diversas visitas que promoveu às principais comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo e, principalmente, ao vetar a iniciativa parlamentar aprovada pela Assembléia da República e que pretendia que os emigrantes somente pudessem votar nas eleições legislativas através do voto presencial e não mais através do voto por correspondência como até hoje é exercido.

Os emigrantes reconheceram esse interesse e aqueles que compareceram aos postos de votação sufragaram maçicamente o nome do Prof. Aníbal Cavaco Silva. É preciso, entretanto, mencionar que, constitucionalmente, o Presidente da República, muito pouco pode fazer no que diz respeito ao que ora se questiona, visto que tais atribuições cabem quase que exclusivamente ao governo, principalmente através do Ministério dos Negócios Estrangeiros.

Urge que o Estado português reaja enquanto é tempo. A adoção de medidas claras e efetivas para promover uma maior integração dos portugueses residentes no estrangeiro é necessária e não pode esperar mais pois a nação vive momentos de definição e a participação dos emigrantes faz-se cada vez mais necessária, estando claro que eles podem ser muito úteis no processo de estabilização e crescimento da economia, desde que se sintam estimulados a
fazê-lo e a sua integração no país que os viu nascer, através do reconhecimento e da facilitação do exercício dos seus direitos de cidadania, poderá ser o início de uma nova era para o nosso
país. Acorda Portugal!


Eduardo Neves Moreira

Ex-Deputado da Emigração na Assembléia da República

Ex-Presidente do Conselho Permanente das Comunidades Portuguesas

Vice-Presidente da Academia Luso-Brasileira de Letras