domingo, dezembro 31, 2006

Feliz Natal

Conto de Natal - "A Chegada do Novo Ano" por Maria José Fraqueza

A CHEGADA DO NOVO ANO


Era enorme a algazarra. As crianças em rodopio andavam pelo bairro numa alegria pouco vulgar.

- Que se passa aqui? – perguntei eu.

- Qual quê? Ninguém me dava atenção!

De repente uma voz de mulher ecoa pela rua fora:

- Vizinha Joana, não vai pôr a colcha na janela?

- Querem lá ver que vão passar com o Menino Jesus na “charola”?

- Pode lá ser? Isso já passou de moda!...

Resolvi entrar em casa. Há muito que não ia à aldeia passar as férias de Natal. Na velha salinha de estar lá estavam os retratos de família nas grandes molduras douradas. Lá estava o avô Raul de barbas branquinhas que fazia lembrar o Pai Natal. Com ele olhar bondoso de sempre parecia sorrir. Olhei a velha chaminé onde ia pôr o sapatinho. Sentei-me extenuada no velho cadeirão e folheei o velho álbum de recordações. De repente, batem à porta.

- A menina já chegou? Era a vizinha Anica sempre atenta a todo o movimento.

- Entre, faça favor! Anica entrava sempre muito desembaraçada, activa, faladora por “sete cotovelos”.

Abraça-me efusivamente sentindo a alegria da minha chegada.

- Já viu a menina o desassossego desta gente! Anda tudo doido! Noutro tempo não era nada disto, ai o descansado do seu avô era uma pessoa que nesta altura me faz lembrar quando íamos à espera do Santo Reis. Levava-nos até à Ponte Grande e percorríamos a estrada fora cantando...

- Ainda se lembra da cantiga?

- Oh! Se me lembro, ainda não perdi a memória e começou por dizê-la:

À espera do Santo Reis

À Pedra Furada

Enganei-me no caminho

Fui à casa da amada!

- Da amada? Mas quem era a amada? A amada era a avó certamente...

O desfile de recordações estavam bem presentes na mente da vizinha Anica que ainda havia acompanhado parte daquele tempo e recordava:

Os Santos Reis, vinham montados em cavalos, vestidos a rigor e traziam os presentes para as crianças. Era uma enorme alegria! Um mundo de fantasias... mas tão belo! Agora as realidades são outras! As fantasias também...

- Então quais são as fantasias de agora – perguntei-lhe.

- A menina não vê aquele burburinho todo dos “moços pequenos”?

A vizinha Ana tenta explicar:

Aquele barulho todo que a Menina ouviu na rua, é que esta noite, toda a gente vai esperar a chegada de D. Milénio II. Quando der a última badalada da meia-noite, encontram-se no Parque do Ano Velho, onde D. Milénio I, vai ser sepultado e as pessoas enfeitam as janelas com as colchas para ver passar o cortejo. D. Milénio II desembarca no cais, numa embarcação toda embandeirada. Como ele é o rei sucessor vem acompanhado por uma dama da corte – a Primavera, vestida de flores e uma linda tiara de amendoeira branca e os três pagens – o Outono, vestido de folhas douradas – o Inverno vem vestido de smoking preto e o Verão vestido de branco pérola.

Atrás deles, a banda da corte, passarinhos a chilrear e gaivotas a grasnar... ao som da melodia das ondas do mar e do canto dos rios...

Depois, o cortejo com a urna do D. Milénio I segue ao seu encontro até à ponta do cais, perto do farol, onde as cinzas irão ser deitadas ao mar e reza a seguinte oração:

Parte Irmão em paz para as ondas do mar salgado para a terra de ninguém, onde não ouças cantar nem galo, nem galinha, nem filhos por pais bradar. Em louvor de Deus e da Virgem Maria – Padre Nosso e Avé-Maria”

- E depois da chegada do Milénio II, que fazem? – pergunto eu pasmada com esta história incrível. Ela continuava com a sua fértil imaginação...

Este rei é recebido com pompa e circunstância. As damas vestidas com os seus belos vestidos brilhantes, vão para o baile, dançam até vir o dia. Entre taças de champanhe, saúdam D. Milénio II, cantam e bailam na esperança de melhor futuro.

Aos gritos da multidão dei um salto... e esbocei um sorriso, creio que cansada da viagem, havia adormecido no velho cadeirão.

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** in "Os Meus Contos de Natal" por Maria José Fraqueza - Edição do Elos Clube de Faro Dezembro de 2006


Conto de Natal - O Crepitar e as chipas por Arménio Vasconcelos

Naquele Natal

O crepitar e as chispas

O lume do raizame de oliveira crepitava sussurrante, em antagonismo com o vento invernio que assobiava.
Lá fora os cães, em matilha, ladravam continuamente a fantasmas ou por previsão de trovões que afastariam as minúsculas e permanentes gotas da chuva.
A tarde também já fora fria, de céu plúmbeo e o nevoeiro esbatido, cinzento e em farrapas não me permitiu, nesse dia, vislumbrar o horizonte longínquo dos cumes nevados da serra em frente, tão longe e tão perto.
O ribeiro, até há poucos dias remansoso regato que, ledo, descia da serra de cá, ressoa agora com os lançamentos das suas águas, em avalanche, contra as muralhas construídas fraga sobre fraga, pelos nossos ancestrais, ciclópicos, para defender as suas magras e parcas nesgas de terra, onde mal semeiam uns poucos grãos de milho, com igual técnica de há dois séculos e onde as videiras de “catoba”, qual ramos de figuras dantescas, nuas, se sustêm.
Tudo barulheia num instante. Um som sobressai aos outros e depois outro; todos, alternadamente, por sua vez.

E os meus olhos fitam agora o lume de colorações indefiníveis em que o negrume da acha ainda não queimada contrasta com o creme do cerne cru ou o sujo de terra daquele pedaço que ainda parece viver.
A branquidão da cinza que circunda o negro do fumo é a auréola da chama avermelhada, amarelada, sei lá!, mas mais clara que a madeira que arde e se abre aqui e ali em crateras que avisam da existência do que é triste.
Algumas pequenas pedras de carvão, pretas e ranhurosas, patenteiam o luto de alguma coisa que morreu.
A chama que vive é a filha da que já foi. E esta mesma é a que deixou o próprio luto.

Pelas nesgas da lousaria preta que cobre, como chapéu-telhado, esta casa já tão vivida e sofrida, entra de repente uma lufada forte daquele vento que faz prever desgraças, assenhoreando-se das intensidades de todos os barulhos; e a luz minguada da candeia de azeite é como que transportada ao colo do vento através dos interstícios das paredes construídas, em granito, pedra sobre pedra, sem assentamento, sem cimento, que se desconhecia e sem barro sequer, que o não havia.

Mais profundo é o silêncio quanto mais barulhento e forte se mostra o vento. Actua incessante. Até o lume da lareira deixa de se ouvir.

Só o silêncio do barulho do vento e, de seguida, as soberbas bátegas da chuva, que corre estrepitosamente pelo lousedo escaroado e como que se derrama no lamaçal do caminho de pé e carro de vacas.

Nem estradas nem luz eléctrica, nem telefones, nem bois. Destes, só um: o montador da freguesia que as cobre quando alguma não aparece já prenha doutras bandas, para com as suas crias, proporcionar a busca dum novo ramo genealógico, que dentro em breve se confundirá.

Penso nesta aldeia, nestes campos, nesta terra feita de heróis desconhecidos, sempre ignorados, soberbos em façanhas e tão humildes; medito e imagino a minha voz fina de criança a ecoar pelos vales e pelas grutas das fragas e a voz da minha alma, sempre contida, silenciosa, a gritar agora mais alto que o pensamento e a penetrar nas penumbras do passado ao encontro de histórias de fadas, de mouras encantadas, dos potes de barro cheios de libras de ouro, dos amores e tragédias atrás de cada pedra tosca da parede deste castelo escuro que, agora, resplandece fascinante, na brancura da neve que já caiu, quando os relâmpagos intermitentes o começam a iluminar, fazendo-o assemelhar-se a uma enorme árvore de Natal, nesta noite em que Deus nasceu.
As folhas, as derradeiras folhas, dos carvalhos e dos castanheiros seculares acabaram agora, certamente, por cair.
Foram vencidas na luta com o adversário que por vezes vence as vergônteas onde nasceram, as pernadas, os ramos, os troncos e até as raízes.

Também o seu barulho, da sua passagem, sinto: barulho suave de folhas secas que se vêm agora juntar aos montes de ramos de carvalhiços e às urzes e giestas já secas e que são a energia e o calor que aquece os corpos dos pobres, que são todos, quer no Verão quer no Inverno e que os aguenta, não os deixando morrer de frio nem de fastio.

O castelo brilha agora em mil cores indizíveis, sob o efeito dos relâmpagos nas estalactites múltiplas de sincelo suspensas do beirado das lousas, antes negras.

Sinto-me um desses pobres. O mais pobre de todos porque estou em solidão.

Os outros desconhecem o mundo para além daquelas serras. Mas sinto-me feliz:
Imagino-me herói também, soberbo e humilde. Num ápice, porém, sinto-me pequeno, mesquinho, porque o não sou... só o imagino ser.

A minha angústia adensa-se mais e mais. Não a consigo já conter. Não consigo ser o que gostaria de ser... .

O meu pensamento evolui e revolui. Volto à realidade.

O vento afinal amainou. As folhas grudaram-se à lama e à lenha que aguarda.
A luz está acesa na candeia.
Mas a fogueira já não existe. O lume finou-se. As chamas já não crepitam. As chispas, como estrelas luxuriantes, já não se locomovem. As últimas brasas escureceram. Predomina o luto do carvão que restou, coberto pela brancura da cinza.
Levanto-me e deito-me.

Quero amanhã ter forças para redimir-me. Para merecer aqueles antepassados que construíram com as suas mãos em sangue aquela casa tosca, aquelas muralhas sustentadoras da terra, que plantaram aquelas árvores gigantescas e prolíferas que sempre admiro e cumprimento.

Foi este o Natal solitário, da minha homenagem que passei vivendo-o à lareira numa certa noite de neve a pensar e a olhar o crepitar e as chispas do lume que me aqueceu;

Natal dum ano d.C. qualquer que já não lembro...

* * * * *


Feliz Natal para ti Amigo(a), este de 2006, te deseja o Arménio Vasconcelos*

* Presidente do Elos Clube de Leiria

O Natal da Minha Infância por Eduardo Neves Moreira

O NATAL DA MINHA INFÂNCIA

Os períodos natalinos sempre nos trazem à lembrança momentos marcantes na nossa vida. Sem dúvida é na nossa infância que ficam as marcas mais significativas desta fase da nossa jornada, passagens essas que, todos os anos retornam ao pensamento, fazendo-nos reviver aqueles momentos, alguns felizes, outros nem tanto, mas que continuam a povoar o nosso consciente e a influenciar o nosso estado de espírito nesta especial fase do ano.

Para quem é cristão e católico como a maioria dos portugueses e dos brasileiros, é sempre um período de contemplação, de reflexão e de esperança de dias melhores, reveladas na figura de Cristo menino, no seu berço em Nazaré, figuração que nos traz a expectativa de uma nova vida pela frente, a começar no Ano Novo que está para chegar e que o olhar para o Deus menino fica entusiasmado por tudo o que o futuro poderá lhe revelar, simbolizados pelo alvorecer dessa
nova vida e o florescer de oportunidades.

A minha infância teve duas fases bem distintas: até aos sete anos, na minha cidade do Porto, onde nasci e onde conheci as primeiras revelações do Natal, passando a valorizar tais momentos pela expectativa dos presentes, colocados sorrateiramente na meia colocada estrategicamente em cima da lareira na casa de meus avós, em Vila Nova de
Gaia. A família de meu pai (e que era muito grande) se reunia em volta de uma enorme mesa (que naquela ocasião me parecia bem maior) com a minha saudosa avó na cabeceira ( que na época já era viúva), oportunidade na qual se festejava aquela data, com uma ceia de Natal onde não faltavam os assados e o indispensável bacalhau cozido à portuguesa, ao qual se seguiam inúmeras sobremesas com as quais nos deliciávamos constituídas de frutas, de doces, onde
pontificavam as frutas cristalizadas, as nozes, as avelãs, os figos, as passas, onde também não faltava a aletria, as rabanadas e as castanhas, tudo isso acompanhado dos vinhos (isso só para os adultos) e dos sucos e dos refrigerantes, deixando-nos (as crianças) envolvidos naquele ambiente familiar e acolhedor, onde não faltavam lembranças de outros Natais e das pessoas que ali já não estavam, ou porque não tinham podido vir, ou porque tinham emigrado, ou mesmo por já
terem falecido. Eram momentos de encanto e de emoção e que eram aguardados por todos, durante o d! ecorrer do ano, para ali serem vividos com todo o entusiasmo e fervor. Lembro,
claramente, que a minha mãe tinha que fazer um esforço todo especial para me fazer dormir tal era a ânsia de saber o que o Pai Natal iria trazer após a meia noite e, logo nas primeiras horas do dia seguinte, o Dia de Natal, acordava, pedindo à minha mãe para me levar até à lareira para
descobrir o que o bom velhinho tinha deixado.

Posteriormente, tendo passado a viver no Rio de Janeiro, para onde nós emigramos (isto há 53 anos), as tradições a que nos tínhamos acostumado desde essa tenra idade, continuaram a fluir e passamos a nos encontrar na casa de minha tia Rosa, no Rio Comprido, onde ela fazia questão de reviver as tradições e o ambiente familiares a que estávamos acostumados desde Oliveira do Douro. O tempo foi passando e as pessoas mais velhas foram nos deixando, outros novos membros da família foram chegando, mas eu continuo a exercitar a minha memória e a relembrar os momentos tão felizes e significativos que a infância me deixou nessas comemorações natalinas, procurando transmitir a meus filhos, à minha neta, aos sobrinhos e aos meus familiares, esta tradição tão cristã e portuguesa, fazendo reunir na
minha casa todos eles, na expectativa de que as crianças de hoje possam vir a ter os momentos de felicidade e de encanto que eu pude usufruir naqueles Natais da minha infância e que
me marcaram definitivamente por toda a vida. O Natal é, sem sombra de dúvida, uma festa de amor, de compreensão e de paz, sentimentos que devemos preservar e que as crianças conseguem nos transmitir melhor do que ninguém. Feliz Natal!

Eduardo Neves Moreira
Presidente do Elos Clube do Rio de Janeiro

Acadêmico titular da Cadeira 34 da Academia Luso-Brasileira de Letras

ELOS CLUBE DE FARO E ELOS CLUBE DE OLHÃO CELEBRAM O NATAL

ELOS CLUBE DE FARO E ELOS CLUBE DE OLHÃO CELEBRAM O NATAL

Elos Clube de Faro e Elos Clube de Olhão realizaram no dia 10 de Dezembro o Almoço de Natal onde reuniram cerca de 90 participantes. Para além dos elistas de Faro e Olhão estiveram também presentes elementos dos Elos Clubes de Tavira e Coimbra.

O convívio contou com a presença do Presidente Internacional do Elos da Comunidade Lusíada, Dr. Alcindo Augusto Costa ; Vice-Presidente Continental para a Europa, José Luís Campos; Prof. João Leal do Governo Civil de Faro; Vereador da Cultura da Câmara Municipal de Olhão, João Peres; Presidente da Junta de Freguesia da Sé - Faro, Joaquim Teixeira e Presidente da Junta de Freguesia de Olhão, Dra. Gracinda Rendeiro.

Elistas de Olhão e Faro brindaram os presentes com poesia alusiva ao Natal e Elos Clube de Faro aproveitou a oportunidade para proceder ao LANÇAMENTO DO LIVRO "OS MEUS CONTOS DE NATAL" de Maria José Fraqueza - Edição do Elos Clube de Faro. O livro contém 8 pequenos contos de Natal onde a autora conta e retrata o Natal da sua infância e suas tradições.

Faro, 15 de Dezembro de 2006

A Direcção do Elos Clube de Faro


Imagem01 - Elistas e Convidado
Imagem02 - Mesa de Honra
Imagem03 - Maria José Fraqueza e a Presidente do Elos Clube de Faro - Dina Lapa
de Campos
Imagem04 - Capa do Livro "Os meus contos de Natal"




quarta-feira, dezembro 06, 2006

Apresentação em Helsínquia do livro de Rui Soares “Provérbios europeus / European proverbs / Eurooppalaisia sananlaskuja”

Foi apresentado, no passado dia 28 de Novembro de 2006, o livro “Provérbios europeus / European proverbs / Eurooppalaisia sananlaskuja” da autoria do Prof. Dr. Rui Soares, no auditório XIV do edifício principal da Univrsidade de Helsínquia.




O Prof. Doutor Rui João Baptista Soares é natural de Tavira, licenciou-se em Matemática Aplicada e em Engenharia Geográfica pela Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, tem os graus de Master of Education pela Boston University e de Mestre em Relações Interculturais pela Universidade Aberta e é doutorado em Ciências da Educação-especialidade de Educação Intercultural pela Universidade Aberta.

É autor de vários artigos publicados em revistas nacionais e internacionais. Autor do livro "Do Ano ao Santo tudo é encanto - Ditos populares ao longo do ano", em que mostra "o potencial de exploração linguística que os ditos populares proporcionam".

"Investir 60 minutos do seu tempo é ganhar 100 anos de agradecimentos"

Nacionalidade: Um eterno problema dos Emigrantes - Artigo de Opinião de Eduardo Neves Moreira

A regulamentação da malfadada nova Lei da Nacionalidade que entraria em vigor no passado dia 1 de Dezembro, se não fôr alterada, colocará em risco de perda de nacionalidade brasileira todos os netos de portugueses, residentes no Brasil, que se naturalizarem portugueses ao abrigo das novas disposições.

Não estamos a falar dos brasileiros que se naturalizam para melhorar suas condições de vida no país de acolhimento, nem dos brasileiros que obtém a nacionalidade portuguesa pelo direito do princípio do "jus sanguinis". Estes estão bem seguros quanto ao facto de não correrem o risco de deixarem de ser brasileiros. Falamos sim, é dos netos de portugueses que residem no Brasil e pretendem continuar nessa condição e que querem também a exemplo dos outros netos de portugueses, cujos pais ainda estão vivos, e que, segundo o parágrafo quarto do artigo 12 da Constituição Brasileira podem ser alijados da nacionalidade de nascimento se obtiverem outra nacionalidade por naturalização.

Embora que o governo brasileiro, pela manifestação do Ministério da Justiça, declare que não pretende instituir nenhum processo de perda da nacionalidade para esses casos, nada impede que o Ministério Público através de algum dos seus membros venha a arguir a aplicação dessa punição que está bem patente na carta magna da nação brasileira.

Um neto de portugueses e grande lutador por esse direito, o Dr. Gustavo Dutra, assim se expressa no fórum do "site" do Conselho das Comunidades Portuguesas (www.ccp-mundial.org):

"Prezado Sr. Eduardo Moreira. Concordo inteiramente com sua opinião, como, aliás, venho reiteradamente me manifestando aqui neste fórum. E digo mais: Se o Ministério de Justiça
formalmente elaborar algum tipo de regulamento nesse sentido e que contrarie tão frontalmente o texto constitucional, certamente o Ministério Público o fulminará através de ação direta de inconstitucionalidade. O Ministério Público é instituição permanente, independente do governo, não necessariamente seguirá a opinião governamental que hoje é do PT e amanhã poderá ser de outro partido qualquer e, portanto, completamente diferente. Como bem ressaltou V.Exa, nenhum neto de português bem sucedido e estabelecido no Brasil, se submeterá a um risco dessa magnitude. Abaixo temos uma mensagem elencando alguns do netos ilustres. Alguém em sã consciência acredita que algum daqueles nomes ali citados se submeteria ao dissabor de arriscar-se a perder a nacionalidade brasileira? Claro que não!!! Em lugar de crer que a legislação brasileira - por intermédio de uma interpretação absolutamente isolada do texto legal - não punirá o neto de português com a perda da nacionalidade brasileira, Portugal resolveria o problema, com três linhas, apenas três linhas, aprovando um texto que disesse: "são portugueses: I - Os netos de portugueses nascidos no estrangeiro". Isso estaria de pleno acordo com os termos do texto constitucional brasileiro que se por lado estabelece EXPRESSAMENTE a PERDA da nacionalidade para aquele que se naturalizar residindo no território nacional, por outro, TAMBÉM EXPRESSAMENTE, ADMITE A DUPLA NACIONALIDADE, desde que ORIGINÁRIA, exatamente porque o legislador pátrio entendeu que o Brasil é um país formado por imigrantes de todas as partes do mundo, que em muitos casos desejariam manter laços com a origem de seus antepassados. Como ja falei aqui. A vigorar como está, o texto português faz com que somente aqueles netos que queiram partir para uma aventura jurídica - com graves possíveis consequências - busquem a naturalização. Valendo dizer: SOMENTE OS QUE QUEREM IMIGRAR BUSCARÃO A NATURALIZAÇÃO.NÃO TÊM NADA A PERDER. Isso poderá representar um ônus para Portugal: a temida "invasão". Mas o "bônus" que seriam o netos bem sucedidos no Brasil, que poderiam ser verdadeiros representantes de Portugal, lá investindo, levando divisas através do turismo, por exemplo, sem representar ônus para a saúde e a previdências públicas portuguesas, esses são desprezados!! É ABSOLUTAMENTE INCOERENTE!! MELHOR FAZ A ITÁLIA. HOJE MILHÕES E MILHÕES DE BRASILEIROS SÃO TAMBÉM ITALIANOS E MUITO SE ORGULHAM DISSO! AMAM E DEFENDEM A ITÁLIA. A PRIMEIRA DAMA BRASILEIRA É TAMBÉM ITALIANA!! ISSO POR SI SÓ JÁ DIZ TUDO!! Alguns imigram para lá?? Certamente que sim! Mas há o contra-ponto. Outros milhões
permanecem no Brasil, e remetem milhões de dólares para lá! Acho que tal pensamento deveria ser levado para reflexão dos senhores parlamentares EM LUGAR DE TESES JURÍDICAS TOTALMENTE ISOLADAS QUE BUSCAM TÃO SIMPLESMENTE DAR COMO ACERTADA A ATUAL POSTURA DO GOVERNO PORTUGUÊS. É o meu pensamento.Saudações."

Portanto, como se vê, o assunto não é tão simples como possa parecer. Poderia já estar resolvido, não fosse o Partido Socialista ter alterado o texto apresentado pelo Partido Social Democrata e já teria sido resolvido tudo de forma exemplar, ao conceder-se a nacionalidade originária a todos os netos de portugueses, evitando uma discriminação abominável e criando netos de primeira, segunda e terceira classes. Ainda há tempo de se corrigir tamanho absurdo, basta o actual governo cair na realidade.

EDUARDO NEVES MOREIRA

Ex-Deputado pela Emigração na Assembleia da República

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ESTADO ESPANHOL CONCEDE O DIREITO À NACIONALIDADE AOS NETOS
DE SEUS EMIGRANTES

Esta é uma bofetada nos políticos portugueses: O Congresso espanhol votou, por unanimidade, no passado dia 30 de Novembro, para que os netos de seus emigrantes obtenham a nacionalidade espanhola.

O Plenário do Congresso dos Deputados da Espanha, acaba de aprovar ontem, por unanimidade, o Estatuto da Cidadania Espanhola no Exterior, que obrigará a modificar o Código Civil para que os netos dos emigrantes possam solicitar a aquisição da nacionalidade espanhola. A nova norma, conhecida popularmente como o Estatuto dos Emigrantes, atinge um colectivo de cerca de um milhão e meio de pessoas e seus descendentes, a maioria dos quais são de origem galega.

A possibilidade de que a terceira geração da emigração, aquela cujos pais não tenham nascido na Espanha, possa solicitar a nacionalidade foi a pedra angular do debate em torno do novo estatuto e acompanha um ponto de vista que já faz parte do ordenamento jurídico dos países do entorno espanhol, como Portugal e Itália.

Os emigrantes e os cidadãos espanhóis que residem no exterior, verão a partir de agora reconhecidos seus direitos civis e sociais e gozarão do mesmo reconhecimento dos que têm seu domicílio dentro das fronteiras espanholas. Entre outras coisas, o novo estatuto coordena a acção exterior da administração central com a que habitualmente levam a cabo as comunidades espanholas autónomas, com o fim de evitar duplicidades.

A norma se refere também às eleições e prevê o reforço do apoio dos consulados para que os residentes no exterior possam, se o desejam, enviar o seu voto através uma urna e não por correio. Com o mesmo objectivo de garantir a limpesa nos mecanismo de sufrágio a partir do estrangeiro, o estatuto estabelece a atualização automática do censo de residentes no exterior."

E agora, senhores Deputados da Assembleia da República Portuguesa? O que os senhores têm para nos dizer, quando aprovaram a alteração do projecto original, através da iniciativa do governo socialista que, criou uma indesejada discriminação entre os netos de portugueses?

A Espanha está a nos dar um vivo exemplo de como considerar e respeitar os direitos e a cidadania dos seus emigrantes e seus descendentes. O meu projecto de lei está aí mesmo à disposição de quem quiser fazer justiça para com os luso-descendentes. Basta ter um pouco de boa vontade para se acabar, de uma vez por todas, com a injustiça que se está a fazer com a emigração portuguesa, prejudicando o futuro de país e criando um sério obstáculo para a integração de todos os portugueses.

Eduardo Neves Moreira

Ex-Deputado da Emigração na Assembleia da República

domingo, dezembro 03, 2006

Solenidade de Entrega do Título de Cidadão Carioca ao CE Arménio Vasconcelos no Salão Nobre da Câmara Municipal da Cidade do Rio de Janeiro em 30 Nov

CE EDUARDO NEVES MOREIRA, PRESIDENTE DO ELOS CLUBE DO RIO DE JANEIRO, DISCURSA DISCORRENDO SOBRE A VIDA DO HOMENAGEADO. A SEU LADO, O ACADÊMICO FRANCISCO DA SILVA NOBRE, PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO DAS ACADEMIAS DE LETRAS.

DISCURSO DE SAUDAÇÃO AO C.E. ARMÉNIO VASCONCELOS, POR OCASIÃO DA OUTORGA DO TÍTULO DE CIDADÃO CARIOCA

Certamente que a Câmara Municipal do Rio de Janeiro já fez outorga do honroso título de Cidadão da Cidade do Rio de Janeiro a muitas destacadas e reconhecidas personalidades, que pelo seu currículo fizeram jus a tal homenagem que premia aqueles que mais se têm destacado por sua dedicação à cidade maravilhosa, mas nesta data, sem sombra de dúvida, está a promover esta honrosa homenagem a uma das pessoas que mais merecem o título, pois Arménio Vasconcelos é um carioca de fato, uma pessoa que em todos os lugares onde se faz presente, nunca deixa de revelar sua paixão por esta cidade e pelo maravilhoso povo carioca, fazendo sempre transparecer a sua saudade pelos 10 belos anos vividos na sua juventude em convívio com a nossa gente, as nossas praias, as nossas tradições e a nossa fraterna convivência luso-brasileira, que é um dos traços marcantes da nossa afirmação como cidade das mais queridas, respeitadas e amadas do nosso Brasil.


Saúdo o eminente acadêmico, Arménio Vasconcelos, ilustre homem das letras que ele tão bem sabe harmonizar na construção de seus encantadores poemas e seus valorosos escritos, que nos envolvem e nos emocionam, fazendo entusiasmar todos aqueles que defendem a cultura, amam a nossa língua e lutam em prol da causa luso-brasileira, comunidade de etnias e de ideais, da qual ele é um dos seus mais destacados componentes e um exemplo de dedicação às duas pátrias irmãs.


Cumprimento, em nome do Elos Clube do Rio de Janeiro, o C.E. Arménio Vasconcelos, na certeza de que ele regressa a Portugal com a riqueza e o orgulho que o carinho, o encanto e o valor emotivo lhe conferem a posse do honroso título de Cidadão da Cidade do Rio de Janeiro, o título de Cidadão Carioca. Nós, luso-brasileiros, seus companheiros e seus amigos, exultamos pela grandiosidade deste ato. Meus parabéns!


Eduardo Artur Neves Moreira

Presidente do Elos Clube do Rio de Janeiro


PRESIDINDO O ATO, O VEREADOR RUBENS ANDRADE, AUTOR DO PROJETO QUE CONCEDEU A ARMÊNIO VASCONCELOS O TÍTULO DE CIDADÃO CARIOCA HONORÁRIO. A SEU LADO A SENHORA CHANCELER DO CONSULADO GERAL DE PORTUGAL NO RIO DE JANEIRO.

CE EDUARDO NEVES MOREIRA FAZ ENTREGA AO CE ARMÊNIO VASCONCELOS, PRESIDENTE DO ELOS CLUBE DE LEIRIA, DE PLACA COMEMORATIVA.

AO LADO DA SENHORA CHANCELER DO CONSULADO GERAL DE PORTUGAL NO RIO DE JANEIRO, DR. AGOSTINHO DA ROCHA FERREIRA DOS SANTOS, PRESIDENTE DA OBRA PORTUGUESA DE ASSISTÊNCIA E DA CASA DO MINHO, E CE ANTÓNIO ABRAÇOS, VICE-PRESIDENTE INTERNACIONAL DO ELOS CLUBE.

VEREADOR RUBENS ANDRADE ENTREGA O DIPLOMA DE CIDADÃO CARIOCA BENEMÉRITO AO CE ARMÊNIO VASCONCELOS.

CE ARMÊNIO VASCONCELOS DIRIGE-SE AO PÚBLICO PRESENTE AGRADECENDO A CONCESSÃO DO TÍTULO A QUEM JÁ É "CARIOCA DE CORAÇÃO".

MUITOS AMIGOS COMPARECERAM PARA EXTERNAR APOIO E ALEGRIA PELA CONCESSÃO DO TÍTULO. ARMÊNIO VASCONCELOS MOROU MUITOS ANOS NO RIO DE JANEIRO E CONSTRUIU UM PODEROSO ELO ENTRE BRASIL E PORTUGAL.

ARMÊNIO, UM COMUNICADOR NATO, BRINDA O PÚBLICO COM HISTÓRIAS DE SUA VIDA NA CIDADE DO RIO DE JANEIRO, ACOMPANHADAS DE PROJEÇÕES NO "TELÃO". UM VERDADEIRO "SHOW" DE MULTIMÍDIA.

FEZ ENTREGA A RUBENS ANDRADE DE LIVROS DE SUA AUTORIA E RECITOU POEMAS. A ARTE DA POESIA ESTÁ PRESENTE EM SUA VIDA E LEMBROU DE MOMENTOS ENCANTADORES EM QUE ENCONTRAVA VINICIUS DE MORAIS NO BAR VELOSO, EM IPANEMA, ONDE NASCEU A "GAROTA DE IPANEMA".

A ARTE TAMBÉM ESTAVA NA PLATÉIA REPRESENTADA POR MARIA ALCINA, QUE ENCANTA BRASILEIROS E PORTUGUESES CANTANDO FADOS E CANÇÕES.

A CIDADE DO RIO DE JANEIRO FICOU MAIS PRÓXIMA DE LEIRIA.

ARMÊNIO, MUITO FELIZ, RECEBEU CUMPRIMENTOS DE CENTENAS DE AMIGOS QUE COMPARECERAM AO ATO.

©Direitos Reservados ao Elos Clube do Rio de Janeiro.

Fonte: Elos Clube do Rio de Janeiro (http://www.indice-dos-sites.com.br/elos-rio-44.htm)



Da língua e da cultura portuguesa em Portugal

Da língua e da cultura portuguesa em Portugal

É imposição do Elismo o total respeito pelas específicas particularidades de todos os países de expressão portuguesa, os denominados países lusófonos e a defesa de uma perfeita e harmónica coabitação da língua portuguesa com outras línguas autóctones.

E o inevitável e recomendável diálogo entre todos, tendo sempre presente a grandeza dos valores comuns, impõe o reconhecimento, a aceitação e a compreensão desses mesmos valores e o contacto constante e permanente com o instrumento revelador das respectivas especificidades que é necessariamente a língua portuguesa.

É, por certo, em razão destes propósitos e tendo em vista estes objectivos que, por exemplo a Alemanha, dá especial atenção e apoia sem limites o Goethe Institut e o incentiva e se preocupa com todos aqueles que pretendem aprender a língua alemã. E todos nós sabemos como em anos atrás a França e agora a Inglaterra, apoiada pelos Estados Unidos e até a própria Espanha, conseguiram que as respectivas línguas passassem a ser e estejam a ser cada vez mais instrumentos de acção mundial.

Porque assim é, todos os países ditos lusófonos, mas especialmente Portugal e o Brasil, estes por razões evidentes, têm obrigação histórica de seguir idêntico caminho e serem eles a difundir e até a impor a língua portuguesa nas instâncias internacionais. E é também a eles que compete impulsionar e manter apertados laços culturais de amizade e de cooperação entre todos os povos e comunidades que pensam, falam e escrevem a língua de Camões

Quanto a Portugal acontece até que essa obrigação está constitucionalmente consagrada.

Assim é que no nº. 4 do artigo 7º da sua Constituição se prevê a manutenção “ de laços especiais de amizade e de cooperação com os países de língua portuguesa”, norma esta que constitui um dos vectores politico-constitucionais mais importante no âmbito das suas relações internacionais.

Em complemento ou mesmo em concretização dessa disposição constitucional, se dispõe também no nº 3 do artigo 15 que “aos cidadãos de língua portuguesa podem ser atribuídos, mediante convenção internacional e em regime de reciprocidade, direitos não conferidos a estrangeiros”.

Expressão e concretização desse princípio é já há muitos anos a Convenção sobre Igualdade de Direitos e de Deveres entre portugueses e brasileiros, assinada em Brasília a 7 de Setembro de 1971 e regulamentada em Portugal pelo dec-lei nº 122/72, de 22 de Abril.

No que respeita a defesa, valorização, promoção e difusão da língua portuguesa dispõe-se na alínea f) do artigo 9 que é tarefa fundamental do Estado, assegurar o ensino e valorização permanente, defender o uso e promover a difusão internacional da língua portuguesa”, tarefa esta que faz parte do núcleo básico dos princípios fundamentais da actual Constituição.

Para terminar a referência a preceitos insertos na Constituição Portuguesa, importa ainda sublinhar que nos termos da alínea h) do nº. 3 do seu artigo 74, incumbe ao Estado Português “assegurar aos filhos dos emigrantes o ensino da língua portuguesa e o acesso à cultura portuguesa,” garantindo-lhes por este modo, “o sentido da sua identidade nacional através da manutenção de ligação ao património cultural comum”( Vital Moreira e Gomes Canotilho in Constituição da República Portuguesa, pgs. 368).

São modelares estes preceitos constitucionais que a terem efectivação no dia a dia – e não a tem tido se não timidamente – dariam satisfação à cada vez mais premente necessidade de defesa da língua e da cultura portuguesa.

Infelizmente, porém, pelo menos em Portugal, quase não se tem ido além dessas encantadoras normas programáticas, com execução a nível muito reduzido.

Na verdade para a grande maioria dos nossos emigrantes, principalmente em relação aos que vivem em países de língua não oficial portuguesa, poucas são as escolas que asseguram aos seus filhos o ensino da língua portuguesa e o acesso à nossa cultura, escolas essas que deveriam também assegurar esse ensino aos filhos dos emigrantes naqueles países, de nacionais de países de língua oficial portuguesa.

Por outro lado, as agressões à língua portuguesa nos meios da comunicação social, são cada vez mais frequentes e incompreensíveis, tanto fonética como sintacticamente, bem reveladores da indiferença e da falta de preocupação e de cuidado na escolha e na contratação de tantos locutores, apresentadores e jornalistas que enxameiam as nossas estações de rádio, as nossas televisões e os nossos jornais, especialistas em pontapear a gramática portuguesa.

E quanto a defesa da cultura e da língua portuguesa nos países da denominada Comunidade de Povos de Língua Portuguesa, especialmente nos africanos, as “tarefas” que o Estado Português vem desempenhando, especialmente as que são da responsabilidade do Instituto Camões, são praticamente nulas e ineficazes, sendo de todos conhecida a aceitação que têm as línguas, francesa em Angola e na Guiné e a inglesa em Moçambique, em manifesto detrimento e marginalização da nossa língua e da nossa cultura.

Como último sinal negativo, numa altura em que Portugal vem sendo cada vez mais, menos português e menos universal, mais subordinado a interesses estrangeiros e mais de costas para o mar em que durante séculos viveu, navegou e se expandiu, importa referir que também intra muros, correndo a galope, tanto na linguagem falada como na escrita, mesmo até de alguns governantes, escritores ou pseudo escritores, como nos quadros superiores da Administração Pública, como e principalmente nos diversos meios de comunicação social, impera actualmente a língua inglesa, a tal ponto que até o nome ou designação de muitos dos programas televisionados é em inglês e são muitos os jornalistas que nas suas mais simples crónicas utilizam desnecessariamente uma ou mais palavras inglesas.

A língua inglesa, é também cada vez mais, pródiga e desnecessariamente utilizada em Portugal a nível comercial, industrial, contabilístico e informático.

E no campo musical como é?

Aqui sim, vivemos já subjugados, dominados, direi mesmo castigados pela música anglo-americana.

Salvo uma ou outra estação de rádio que de vez em quando nos delicia com outro tipo de música, a generalidade das outras estações, prefere massacrar-nos e impor-nos a tal música que é quase só ritmo, sempre cantada em inglês. Como se nós não tivéssemos bons compositores e boa música popular tipicamente portuguesa, e como se outros países, especialmente o Brasil, os países de língua oficialmente portuguesa, e também a França, a Itália e os países hispano-americanos, não tivessem tão boa ou melhor música que a anglo-americana, música que nos anos atrás, era emitida habitual e frequentemente por todas as estações de rádio então existentes.

E a ditadura daquele tipo de música e da língua em que é cantada, é uma maneira, é uma das vias de imposição, ainda que velada e sub-reptícia, da cultura daqueles dois países, muito em especial da dos Estados Unidos

Acontece até que havendo em Portugal legislação que obriga todas as estações de rádio a transmitirem diariamente certa percentagem de música portuguesa, se recusam a cumprir tal legislação, indiferentes às multas que lhes podem ser aplicadas e que praticamente o não têm sido.

A todos nós que falamos português e temos uma cultura diferente da anglo-saxónica, estejamos onde estivermos, mas muito especialmente aos nossos Governos, seja qual for a sua cor política, incumbe a ingente tarefa de resistir a essa invasão de língua e culturas estranhas, destruidoras das nossas raízes e da nossa secular identidade.

Ante todo o exposto, esperamos, para não dizer que exigimos do Governo português, como também dos nossos intelectuais e dos nossos escritores e dos homens da imprensa, tanto da falada como da escrita, que se oponham e que lutem por todos os meios ao seu alcance contra esta flagrante tentativa de substituição da língua portuguesa por uma outra qualquer e que agora vem sendo a inglesa.

Alcindo Augusto Costa
Presidente do Elos Internacional


Fonte: Jornal Mundo Lusíada - http://www.mundolusiada.com.br/

Elistas de São Paulo recebem Presidente Internacional

As unidades elistas de São Paulo receberam em um fim de semana a visita do presidente do Elos Internacional, Alcindo Augusto Costa. A governadora do Distrito Elista II Rosmary Correa divulgou a programação por conta da visita oficial, que iniciou na manhã do sábado 11 de novembro no Museu da Língua Portuguesa, Estação da Luz em São Paulo. Ao Mundo Lusíada, o presidente Alcindo Costa disse que precisaria mais do que um dia para ver todo o conteúdo do museu, que trata não apenas da língua portuguesa mas tudo que se relaciona com o idioma. “Gostei imenso do Museu da Língua Portuguesa hoje, tenho pena de não poder estar um dia inteiro a ver aquilo. Se um dia tiver oportunidade verei com calma”.


Mundo Lusíada


Os elistas se reuniram ainda, para almoço, no Bar Brahma, na famosa esquina da Avenida Ipiranga com Avenida São João. Durante o encontro estiveram presentes cerca de 40 pessoas, entre elistas, familiares e convidados. Presidentes e participantes das unidades elistas da zona sul (Elos Clube SP Sul), zona norte (Elos Clube SP Norte), e zona oeste (Elos Clube SP Eça de Queiroz) seguiram, na tarde do mesmo dia, para uma Assembléia Geral Extraordinária, na Casa de Portugal de São Paulo.


Compôs a mesa de trabalho o vice-presidente Continental para América do Sul, Miguel Luiz Contani, o presidente do Elos Internacional, Alcindo Augusto Costa, e a governadora do Distrito II, Rosmary Correa. Durante seu pronunciamento, o presidente Alcindo Costa se colocou a disposição para ouvir os elistas das unidades paulistas. Segundo ele, a situação hoje está mudando; existem unidades elistas espalhadas por todo o mundo, em Macau, Timor, Cabo Verde, e ainda está em reativação uma unidade em Angola. O que mais contribui para o movimento, de acordo com o presidente, é a identidade lusa, ainda que não seja necessário ser descendente, português ou brasileiro para ser elistas, mas apenas “que se fale a língua portuguesa”.

Mundo Lusíada


Ao Mundo Lusíada, o vice-presidente Continental afirmou que o movimento elista na América do Sul está muito atuante. “Tem havido muito empenho, todas as iniciativas que a vice-presidência internacional tem tomado, tem tido uma excelente resposta”, disse Miguel Contani exemplificando com o Concurso de Trovas que reuniu trabalhos de todo o Brasil, e acabou na publicação do livro “Elistas Escrevem”, no ano passado.


Dentre os assuntos levantados entre os elistas de São Paulo esteve o fortalecimento do Elos Clube e a adesão de participantes, além da apresentação das propostas para a nova gestão. “Os objetivos foram plenamente atingidos, as questões mais graves, urgentes, criticas foram discutidas, corajosamente enfrentadas, eu saio muito contente” disse ao Mundo Lusíada o vice-presidente Continental.


Um dos resultados deste encontro e das grandes novidades é a reativação do Elos Clube de São Paulo, antes presidido por Joaquim Cordeiro, e que deve ser comandado agora por Julio Salerno.

Fonte: Jornal Mundo Lusíada - http://www.mundolusiada.com.br/

Apresentação do Livro "Artur Agostinho - 50 Perguntas" de Adélio Amaro

Adélio Amaro (Vice-Presidente do Elos Clube de Leiria) apresentou o Livro "Artur Agostinho 50 perguntas". A sessão de apresentação decorreu no dia 18 de Novembro, p.p., no Auditório da Caixa Agrícola de Leiria.


O Autor e o personagem central do livro, Artur Agostinho, presentearam a asistência com brilhantes palestras.

A apresentação do livro esteve a cargo do Dr. Acácio de Sousa, Director do Arquivo Distrital de Leiria.
Todos os membos da Mesa usaram da palavra. Salientou-se a intervenção da Dra. Emília Maria Agostinho, presidente da Associação Humanitária "A Nossa Âncora", a favor da qual reverte uma parte da receita da venda deste livro.


Da esquerda para a direita: Adelino Mendes, em representação do Governador Civil de Leiria; Acácio de Sousa, Adélio Amaro, Artur Agostinho, Isabel Damasceno (Presidente da C.M. de Leiria), Américo Batista Santos (Juiz jubilado) e Emília Agostinho (filha de Artur Agostinho).


Grupo Coral Cantábilis sob a orientação do Maestro Vicente Narciso. Uma brilhante actuação, interpretando "Camarinhas" (1 das 1027 recolhas do Cancioneiro Popular da Câmara Municipal de Leiria), "Um pequeno quadro", de Afonso Lopes Vieira e "Leiria", de Marta Azevedo.

Tuna "Tuma Académica da Escola Superior de Educação de Leiria", organizadora do "Real Festival das Tunas Académicas", no decorrer do qual atribuem o Prémio D. Dinis, seu patrono. Interpretaram "Fausto", "Fado a Leiria" e "Serenata".

Seguiu-se uma sessão de fados pelo grupo "Entre Linhas". Uma actuação muito agradável.

Por último, teve lugar a sessão de autógrafos concedidos pelo autor, Adélio Amaro e pelo homenageado, Artur Agostinho.

Nota explicativa

"Artur Agostinho, 50 perguntas" regista uma estimulante conversa de várias horas, reduzida a 50 perguntas e respectivas respostas.
A Colecção "50 perguntas" da editora Folheto Edições & Design", é dedicada a grandes figuras que "no carácter, na conduta, no estilo, em todas as coisas, a simplicidade é a suprema virtude", como diria Henry Wadsworth Longfellow.
Contudo, ainda mais do que uma simples entrevista, esta Colecção surge com o objectivo, também, de promover e colaborar com Instituições que lutam por uma verdadeira causa, como é o exemplo da Âncora, para onde reverterá grande parte do lucro das vendas deste livro.
A simplicidade deste livro é apenas um resumo, traduzido em entrevista, da vida de um Homem que muito deu a Portugal, sem nunca negar a sua Pátria.
Esta entrevista foi uma conversa aberta, sem nada a esconder, onde jornalista e entrevistado, por várias vezes, falaram de mais de 80 anos de vida de um Homem e de um País.Depois da grande abertura com Artur Agostinho, outros grandes nomes virão enriquecer esta Colecção...

Associação A Nossa Âncora

“A Nossa Âncora” é uma associação de pais sem qualquer fim lucrativo nem ligação a alguma corrente filosófica, política ou religiosa.
O seu principal objectivo é acompanhar os pais em luto ajudando-os a entender e a transformar uma dor incontornável, para que não se fechem em si mesmos, envoltos em revolta, tristeza ou descrença, e encontrem novos estímulos na vida.


Fonte: http://folhetoedicoesdesign.blogspot.com/
http://dispersamente.blogspot.com/2006/11/um-livro-sobre-artur-agostinho.html/