sexta-feira, abril 27, 2007

D João VI - O Clemente por António Loulé

D. João VI – o Clemente

_____________________________________António Loulé

(Publicado no jornal Voz de Portugal na edição nº 3897 – em 27 de abril de 2007)

João Maria José Francisco Xavier de Paula Luís António Domingos Rafael - D. João VI - , segundo filho de D. Maria I e de D. Pedro III, nasceu em 13 de maio de 1767, no Palácio Real da Ajuda, em Lisboa.

Casou-se com a infanta espanhola Dona Carlota Joaquina, filha de Carlos IV em 8 de maio de 1785 que lhe deu 9 filhos. Em função da doença mental da rainha mãe, e pela morte do seu irmão primogênito D. José, o então príncipe chamou a si a responsabilidade do governo em 1792, assumindo como príncipe-regente sete anos depois e até a data da morte da sua mãe, D. Maria I, em 1816. Mas Foi só em fevereiro de 1818, na cidade do Rio de Janeiro, que foi aclamado como o 27° Rei de Portugal e o 1° do Reino Unido. Também era chamado de "O Clemente", pelo fato de ter concedido comutação de pena a todos os condenados à morte que o solicitaram.

Seja como príncipe ou como rei, D. João foi personagem da história luso-brasileira em diversos momentos significativos durante os 34 anos de seu governo (1792-1826), tais como: a transferência da Corte portuguesa para o Brasil e a abertura dos portos brasileiros às nações amigas (1808); a assinatura dos tratados de comércio com a Inglaterra (1810); a elevação do Brasil a Reino Unido de Portugal e Algarves (1815); a repressão militar à Revolta Pernambucana (1817); o retorno da família real a Portugal (1821); o reconhecimento da independência política do Brasil (1825), proclamada em 1822, por seu filho, D. Pedro I. A D. João VI deve-se ainda a fundação da Academia de Belas Artes do Rio de Janeiro.

A família real aportou no Brasil em janeiro de 1808, na Bahia, onde D. João assinou uma Carta Régia concedendo a abertura dos Portos brasileiros para as nações amigas. Um Mês depois partiu para o Rio de Janeiro, aonde chegou no dia sete de março. Nesta cidade ele tomou como primeiras medidas a revogação da proibição das manufaturas no Brasil; a criação do Desembargo do Paço e a Mesa da Consciência e Ordens, a Casa da Suplicação do Brasil, a Intendência Geral da Polícia, a Impressão Régia, a Real Junta do Comércio, Agricultura, Fábricas e Navegação e o Banco do Brasil - tudo no mesmo ano. Os anos seguintes de sua permanência no Brasil foram marcados pela assinatura do tratado de Amizade e Aliança e de Comercio e Navegação com a Grã-Bretanha e pela elevação do Brasil a Reino Unido a Portugal e Algarves (em 16 de dezembro de 1815).

Já como Rei, enfrentou uma revolta em Pernambuco em 1817, determinou a ocupação da Guiana Francesa em 1808 (abandonada em 1817) e anexou a Cisplatina em 1821, em represália ao auxílio dado pelos espanhóis à invasão francesa de Portugal.

Em 24 de gosto de 1820 rebentava no Porto uma revolução militar e civil cujo objetivo era, expulsar os oficiais britânicos que exerciam o comando no Exército Português e proclamar a constituição em consonância com o restante da Europa. Esse movimento levou a promulgação de um decreto que determinava o regresso de D. Pedro a Portugal. A adesão das tropas do Reino ao movimento levou D. João VI a prestar juramento à futura Constituição portuguesa em fevereiro de 1821, pouco antes da nomeação de D. Pedro como regente do Brasil.

Em 26 de abril de 1821, D. João e sua Corte deixam o Brasil, retornando a Portugal. D. João faleceu em Lisboa, em 10 de março de 1826, aos quase 59 anos de idade.

sábado, abril 21, 2007

Apresentação do Livro "Artur Agostinho 50 Perguntas", em Lisboa

Artur Agostinho e Jorge Gabriel apresentam o livro de Adélio Amaro
"Artur Agostinho 50 Perguntas", em Lisboa

Convite

A Folheto Edições e a Associação A Nossa Âncora têm a honra de convidar V. Ex.ª e família para o lançamento do livro de Adélio Amaro, "Artur Agostinho 50 perguntas"

, com o prefácio de Filipe La Féria.

O livro será apresentado por Artur Agostinho e Jorge Gabriel, no próximo dia 28 de Abril de 2007, pelas 16 horas, na Livraria Bulhosa, Campo Grande 10-B, Lisboa, e contará, também, com a presença de Emília Agostinho, presidente da Associação A Nossa Âncora, para a qual reverte o lucro da venda do livro.


quarta-feira, abril 11, 2007

Apresentação do ensaio "Maria José Fraqueza - Moura Encantada Algarvia - Um estudo sobre as suas obras"

2º Encontro Açoriano da Lusofonia de 4 a 6 de Maio na Ribeira Grande, S. Miguel - Açores (Portugal)

Dr. ARTEMIO ZANON, brasileiro de grande prestigio, natural de Florianópolis, estado de Santa Catarina com um currículo invejável, poeta, estudioso, com várias licenciaturas, apresenta o ensaio sob o titulo: MARIA JOSÉ FRAQUEZA – MOURA ENCANTADA ALGARVIA – UM ESTUDO SOBRE AS SUAS OBRAS.

E TAMBÉM DO POETA MORAIS LOPES – SOB O TITULO –MORAIS LOPES – POETA ILUMINADO

TEMA AÇORES: a insularidade, o isolamento e a preservação da língua portuguesa no mundo.

1. Tradução

1.1. O português como língua de tradução;

1.2.1. A tradução de autores portugueses;

1.2.2 A tradução de obras de autores açorianos, como João de Melo, comprova de forma definitiva a existência de uma literatura açoriana.
Dificuldades e peculiaridades.

1.3. O ensino da tradução e os desafios europeus e mundiais.

2. Açorianidade e Lusofonia

2.1. Língua, Multimédia e Comunicação Social: a presença açoriana no mundo das Artes, das Letras e das Ciências;

2.2. Desenvolvimento curricular do Português (EUA, Canadá, Brasil, etc.);

2.3. Cidadania e Participação Política nas comunidades estrangeiras;

2.4. Estudos Interculturais e Diversidades Culturais.

4-6 Maio 2007 Salão-Teatro Ribeiragrandense - Ribeira Grande, S. Miguel, Açores

Ligação para o portal do 2º Encontro da Lusofonia: http://lusofoniazores2007.com.sapo.pt/pagina1.htm

terça-feira, abril 10, 2007

Artigo de Opinião - A NOVA ORTOGRAFIA DA LUSOFONIA por Eduardo Neves Moreira

Nosso alfabeto passa a ter 26 letras...

Está para entrar em vigor a unificação da Língua Portuguesa que prevê, entre outras coisas, um alfabeto de 26 letras.

"A frequência com que eles leem no voo é heroica!".

Ao que tudo indica, a frase inicial desse texto possui pelo menos quatro erros de ortografia. Mas até o final do ano, quando deve entrar em vigor o "Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa", ela estará corretíssima. Os países-irmãos
Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste terão, enfim, uma única forma de escrever.

As mudanças só vão acontecer porque três dos oito membros da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) ratificaram as regras gramaticais do documento proposto em 1990. Brasil e Cabo Verde já haviam assinado o acordo e esperavam a terceira adesão, que veio no final do ano passado, em novembro, por São Tomé e Príncipe.

Tão logo as regras sejam incorporadas ao idioma, inicia-se o período de transição no qual ministérios da educação, associações e academias de letras, editores e produtores de materiais didáticos recebam as novas regras ortográf!
icas e possam, gradativamente, reimprimir livros, dicionários, etc.

O português é a terceira língua ocidental mais falada, após o inglês e o espanhol. A ocorrência de ter duas ortografias atrapalha a divulgação do idioma e a sua prática em eventos internacionais. Sua unificação, no entanto, facilitará a
definição de critérios para exames e certificados para estrangeiros.

Com as modificações propostas no acordo, calcula-se que 1,6% do vocabulário de Portugal seja modificado.

No Brasil, a mudança será bem menor: 0,45% das palavras terão a escrita alterada. Mas apesar das mudanças ortográficas, serão conservadas as pronúncias típicas de cada país.

O que muda.

As novas normas ortográficas farão com que os portugueses, por exemplo, deixem de escrever "húmido" para escrever "úmido". Também desaparecem da língua escrita, em Portugal, o "c" e o "p" nas palavras onde ele não é pronunciado, como nas palavras "acção", "acto", "adopção", "baptismo", "óptimo" e "Egipto".

Mas também os brasileiros terão que se acostumar com algumas mudanças que, a priori, parecem estranhas. As paroxítonas terminadas em "o" duplo, por exemplo, não terão mais acento circunflexo. Ao invés de "abençôo", "enjôo" ou "vôo", os brasileiro terão que escrever "abençoo", "enjoo" e "voo".

Também não se usará mais o acento circunflexo nas terceiras pessoas do plural do presente do indicativo ou do subjuntivo dos verbos "crer", "dar", "ler", "ver" e seus decorrentes, ficando correta a grafia "creem", "deem", "leem" e "veem".

O trema desaparece completamente. !
Estará correto escrever "linguiça", "sequência", "frequência" e "quinquênio" ao invés de lingüiça, seqüência, freqüência e qüinqüênio.

O alfabeto deixa de ter 23 letras para ter 26, com a incorporação do "k", do "w" e do "y" e o acento deixará de ser usado para diferenciar "pára" (verbo) de "para" (preposição).

Outras duas mudanças: criação de alguns casos de dupla grafia para fazer diferenciação, como o uso do acento agudo na primeira pessoa do plural do pretérito perfeito dos verbos da primeira conjugação, tais como "louvámos" em
oposição a "louvamos" e "amámos" em oposição a "amamos", além da eliminação do acento agudo nos ditongos abertos "ei" e "oi" de palavras paroxítonas, como "assembléia", "idéia", "heróica" e "jibóia".

Antônio Houaiss

A escrita padronizada para todos os usuários do português foi um estandarte de Antônio Houaiss, um dos grandes homens de letras do Brasil contemporâneo, falecido em março de 1999. O filólogo considerava importante que todos os países lusófonos tivessem uma mesma ortografia. No seu livro"Sugestões para uma política da língua",Antônio Houaiss defendia a essência de embasamentos comuns na variedade do português falado no Brasil e em Portugal.

quarta-feira, abril 04, 2007

Artigo de Opinião - ALGARVE OU ALLGARVE ?

ALGARVE OU ALLGARVE ?

O Algarve é “tudo” aquilo que os nossos desejos inspirem. De tal modo que chega a ser o local preferido até para aqueles que fazem questão de falar mal do Algarve, sem dó nem piedade!

Mas basta!

Chamar ao Algarve Allgarve ainda que sob o pretexto de uma campanha publicitária é um pouco demais. Não é que para nós, algarvios, seja novidade, mas há limites para tudo, até para o mau gosto...

Dignidade é coisa que não nos falta. Em tempos idos, o “ Reino dos Algarves” era disputado e, como a designação indica, merecedor de independência e de respeito. Grandes portugueses escolheram o Algarve para viver e nele dar força aos seus sonhos e grandes empreendimentos: o Infante D. Henrique e D. João II.

Hoje, para o bem e para o mal, somos anfitriões do bom e do mau turismo. Mas antes de sermos um destino turístico somos uma região com identidade própria, com história e património. E se alguém duvida, por certo são aqueles que se preocupam apenas em vender o Algarve como um produto.

Se Allgarve tinha como objectivo tornar-se mais apelativo ao turismo de língua inglesa, então parece-me uma campanha sem sentido porque há muito que os turistas ingleses conhecem e apreciam o Algarve, aliás, antes de o descobrirem como destino turístico já cá tinham estado com outros objectivos.

Existem duas perspectivas do Algarve: visto por dentro e por quem cá vive e a perspectiva do turista. Tornou-se até moda falar mal do Algarve, não sem antes ter cá passado as melhores férias da sua vida. Existem até duas versões: quando partem de férias para o Algarve enchem o peito de ar e afirmam com orgulho: vou de férias para o Algarve! De regresso, angustiados por voltarem à vida de sempre e terminado o sonho, enchem-se de razões e debitam as mais ferozes críticas.

Não sei se será masoquismo... mas na próxima oportunidade aí vão eles “de malas e bagagens” para o Algarve (alguns até chegam a comprar casa...).

A única “campanha” de que precisamos é pelo respeito a uma identidade que não queremos perder. Pelo direito ao respeito pela especificidade e pelo direito de sermos considerados portugueses de pleno direito.

Parece-me pertinente colocar a questão da adulteração do nome Algarve que, sendo parte integrante do território nacional quase desde a fundação da nacionalidade (cuja conquista muito trabalho deu até D. Afonso III) afigura-se como um símbolo nacional, à semelhança do nome do país, da bandeira ou do hino.

Algarve não é um produto que pode ser explorado, vendido, adulterado.

Coloca-se ainda outra questão igualmente pertinente: a adulteração da Língua Portuguesa.

Segundo os mentores desta “campanha”, é mais apelativo o Algarve com sotaque inglês do que na sua língua original. Razão tinha Eça de Queiroz quando afirmava que “falava inglês orgulhosamente mal”.

E para os que andam mais distraídos, devo lembrar que, há uns anos a esta parte, muito se criticaram os empresários algarvios, na área da indústria hoteleira, sobretudo, pelo uso e abuso da língua inglesa (nas ementas, na publicidade, etc.). Foram precisos alguns anos, muitas campanhas de sensibilização e acima de tudo muito bom senso para alterar esta situação. Creio até que foi produzida legislação nesse sentido.

Sempre ouvi dizer que errar é humano mas persistir no erro é desumano!

Mas pior do que errar é não corrigir o erro e pior que tudo isto é o silêncio dos algarvios e daqueles que por força das suas funções têm o dever de defender e proteger o interesse e a dignidade dos algarvios. Poucas (mas significativas) vozes se levantaram para denunciar esta pérfida campanha. No entanto, quando abordo o assunto, todos são unânimes na sua indignação. Não há um algarvio que se preze que não se sinta insultado.

Este é o produto de uma sociedade que ainda precisa de interiorizar e exercer o seu direito de cidadania. Levantam-se as vozes quando falta o emprego, quando faltam as condições de saúde e de educação (e bem!) mas calam-se as mesmas vozes quando estão em causa princípios e valores como a dignidade, o respeito, a soberania...

É tão importante lutar pelo pão como pela dignidade. Por isso a sábia frase : “nem só de pão viverá o homem...”

A sociedade evolui, modifica-se, transforma-se. Mas os valores e princípios devem permanecer imutáveis. E é por esses mesmos valores que vale a pena pautar a nossa vida e a nossa conduta.

O Algarve é e será sempre um símbolo de identidade cultural. Património de um povo. Enquanto portuguesa e algarvia assiste-me o direito de respeito pela terra onde tive o privilégio de nascer.


Dina Lapa de Campos

Nota: Devo ainda acrescentar que escrevi 15 vezes a palavra Algarve ao longo deste artigo. Devo esclarecer que não tive qualquer preocupação estilística e também não me preocupei em evitar tal repetição. Este reparo destina-se apenas a prevenir o ataque de algum filologista mais preocupado com o estilo do que com o conteúdo)

terça-feira, abril 03, 2007

Artigo de Opinião - O ENCERRAMENTO DO CONSULADO DE SANTOS

O ENCERRAMENTO DO CONSULADO DE SANTOS: UMA AGRESSÃO A UMA COMUNIDADE DAS MAIS IMPORTANTES E SIGNIFICATIVAS

Após longas discussões e incansáveis apelos, chegou-nos a notícia da decisão governamental de encerramento definitivo do tradicional Consulado de Portugalem Santos. Custa-nosa crer a confirmação de tão desatinada ordem, principalmente depois de ouvirmos declarações bastante animadoras de que tal ameaça às dezenas de milhar de portugueses não se concretizaria.

Só quem tem a vivência de conhecer essa laboriosa comunidade portuguesa que habita a Baixada Santista, deslumbrar-se com as suas realizações, entusiasmar-se com o patriotismo dos nossos irmãos lá residentes e participar do convívio com os seus lídimos representantes e que pode avaliar a importância da manutenção de uma representação nessa importante cidade do Brasil, onde a presença portuguesa sente-se por toda a parte, seja nos monumentos, seja na arquitetura, seja no folclore e em todos os bairros e cidades vizinhas. As associações portuguesas e luso-brasileiras, lá sediadas, desenvolvem um importante papel na vida quotidiana da região, seja sob o aspecto social, como cultural, recreativo, desportivo e assistencial. É uma região onde a nossa comunidade recebe a estima e o respeito, como em poucos lugares para os quais temos emigrado e onde se festejam com ardor as datas magnas da nacionalidade.

Deve-se ressaltar que foi em Santos, em 1958, que se fundou oElismoe onde, ainda hoje, funciona a sede histórica doElos Internacional, movimento de grande importância para a defesa e promoção do nosso idioma e de todos os valores lusíadas.

Como Deputado da Assembléia da República, tive a honra de visitar em caráter representativo essa bela cidade e apreciar o lusitanismo dos nossos conterrâneos e seus descendentes. Verifiquei o carinho e o interesse demonstrados pelas autoridades brasileiras com os nossos festejos e a nossa cultura e festejei com eles mais um ano de fundação dessa bela cidade.

Choca-me verificar o abandono cultural e assistencial a que estará sujeita essa grande comunidade, concretizando-se o encerramento e lembrar que, pela primeira vez, a cidade de São Vicente, a mais antiga do Brasil, deixa de ter uma representação consular oficial portuguesa na
região.

A alegação de que o Consulado Geral de Portugalem São Paulo fica a pouco mais de 60 quilômetros de distância é, de certa maneira, falsa, pois o intenso tráfego verificado entre a cidade de São Paulo e o litoral, por vezes torna-se demasiadamente longo pelo excesso de veículos e que chega a demorar mais de duas horas para conseguir percorrê-lo. Não seria mais lógico e justo, já que se pretende reduzir custos administrativos, de transformá-lo num Vice-Consulado, que poderia continuar a prestar um importante serviço a essa grande e ativa comunidade?

Espero e faço votos de que haja uma reflexão mais aprimorada e que as autoridades com poderes para tal, modifiquem essa decisão sob pena de se cometer uma das maiores injustiças para com as nossas comunidades residentes no estrangeiro.

Eduardo Neves Moreira

Ex-Presidente do Conselho das Comunidades Portuguesas

Ex-Deputado na Assembléia da República pelo Círculo de Fora da Europa